terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Melro



Nome científico: Turdus merula

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Passeri
Família: Muscicapidae
Subfamília: Turdinae
Género: Turdus
Espécie: T. merula

Distribuição
Esta ave pode ser encontrada um pouco por toda a Europa, embora se aviste mais frequentemente na Península Ibérica. Está também presente no Norte de África e em alguns territórios da Ásia Central. Foi ainda introduzido na Austrália e na Nova Zelândia, pela mão humana, onde hoje não são muito populares.

Esta espécie prefere os relvados amplos para procurar comida, por esse motivo é presença muito frequente nesses espaços, sobretudo ao início da manhã e ao fim da tarde. Esse comportamento levou a que se tornasse uma ave muito bem adaptada ao meio urbano, podendo ser encontrado no bairro mais movimentado, ou no meio das pessoas que passam, sem sentir qualquer receio das mesmas. É, no entanto, uma ave que pode ser encontrada em qualquer tipo de ambiente, aparecendo com muita frequência no meio das searas.

Dimorfismo sexual
O macho é ligeiramente maior que a fêmea e o seu bico é cor de laranja vivo, contrastando com as suas penas pretas, enquanto o bico da fêmea é mais claro, quase acastanhado, sendo também a coloração das penas menos intensa.

Em cativeiro
Estas aves podem viver em cativeiro em gaiolas grandes. No entanto, para além de não ser uma ave canora, demonstra sempre grande tristeza, principalmente se for capturado em adulto.

Alimentação
Os melros comem insectos, minhocas e bagas, é isso que procuram entre a relva fresca, mas não desdenham migalhas que ocasionalmente encontrem.

Reprodução
Num ano normal, os melros fazem duas vezes criação. A fêmea põe em geral quatro ovos, que irão eclodir cerca de 15 dias depois.

Tamanho, peso e esperança de vida
Os melros podem medir cerca de 25 cm, pesar 120 g e viver 10 anos.


Mal-amado pelos agricultores, o melro-preto é uma ave que tem vindo a conquistar as cidades, sendo visita frequente de jardins e canteiros, à cata de alimentos. O seu canto forte enche as manhãs e os fins de tarde, sinal de que o tempo quente está a chegar.

Diz a sabedoria popular que, "quando o melro canta em Janeiro, é tempo de sequeiro o ano inteiro". A razão do ditado é que os machos desta espécie costumam cantar normalmente de Fevereiro a Junho, altura em que fazem os ninhos. "Cantam para atrair as fêmeas, para defender o território", explica Gonçalo Elias, coordenador do portal www.avesdeportugal.info. Quando começam a cantar mais cedo, é sinónimo de que o tempo "está mais solarengo e será uma estação com menos chuvas, logo, piores colheitas".
O melro-preto (Turdus merula) é uma das espécies de aves mais abundantes em Portugal.
Curiosamente, em Lisboa e noutras cidades tem-se tornado cada vez mais comum, sendo observado em jardins, mas também em telhados e antenas de prédios, aproveitando novos oportunidades de alimentação. A ave, dizem os especialistas, tem também maior tole-rância à presença humana do que no campo. Chegam a aproximar-se a menos de cinco metros. No meio rural, tem um comportamento mais nervoso e arisco, fruto, talvez, da pressão cinegética. O melro é uma espécie protegida. No entanto, devido às suas semelhanças morfológicas com outras aves, como os estorninhos (preto e malhado), muitos melros acabam nas mãos de agricultores ou vítima de caçadores. "Os estorninhos são aves com má reputação, que por vezes dão prejuízos em pomares, vinhas e olivais. Pontualmente, o melro pode sofrer da má vontade dos agricultores ", reconhece o biólogo Domingos Leitão, coordenador do Programa Terrestre da Sociedade Portuguesa para Estudo das Aves.

O melro-preto tem uma distribuição abundante por toda a Europa e Ásia. Em Portugal, pode ser encontrado em todo o território, à excepção da ilha de Porto Santo. Estima--se que existam no País entre 200 mil e dois milhões de aves, "apesar de ser uma estimativa pouco precisa", avança o biólogo.

Existem três subespécies em Portugal. No Continente encontramos o Turdus merula merula; nos Açores, o Turdus merula azoriensis (a mais pequena de todas); e na Madeira, o Turdus merula cabrerae. "Todas elas muito semelhantes, tornando difícil a sua distinção a olho nu, mas são diferentes do ponto de vista genético", acrescenta Domingos Leitão.

Além das aves residentes, pensa-se que nos meses de Inverno, haja uma imigração de alguns melros-pretos para a Península Ibérica. Gonçalo Elias salienta: "Este não é um dado muito conhecido, mas que efectivamente se supõe a presença de indivíduos vindos do Norte." Foram já encontrados melros anilhados no Reino Unido, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Dinamarca, o que demonstra terem vindo de outros países. Contudo, "os números são pouco representativos face às populações residentes, presentes em quase todos os habitats", acrescenta.

Apesar do estatuto de "não ameaçado", há algumas ameaças à espécie. "A população de melros, em geral, não está ameaçada, mas pode sofrer algumas perturbações, como a caça, a predação doméstica ou de animais selvagens", diz Gonçalo Elias. Domingos Leitão lembra que "a proliferação de gatos assilvestrados tem também um efeito negativo. A diferença é que o impacto na globalidade das aves não é tão acentuado como noutras espécies mais ameaçadas.


Melro fora da lista de animais que se podem caçar

O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, anunciou hoje que retirou o melro da lista de espécies cinegéticas, revogando a portaria que permitia caçar esta ave.

De acordo com a portaria n.º 147/2011, publicada em Abril em Diário da República, o melro poderia ser legalmente abatido durante as próximas três épocas de caça.

Uma decisão com a qual Daniel Campelo, novo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, não concordou, pelo que mandou proferir um despacho que retira o melro da lista de espécies
cinegéticas.

"O melro nem sequer é uma questão para os caçadores que não fazem questão de o caçar. Acho que não fazia sentido manter esta ave na lista de espécies a caçar", salientou.

Daniel Campelo falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Parque Natural do Douro Internacional.

O governante acrescentou que quem fez a proposta pensou apenas "num lado do problema".


Caça ao melro já é permitida por lei e choca associações

Os caçadores vão poder matar, por dia, 40 melros, aves emblemáticas e até agora protegidas por lei. A medida está a chocar as associações do sector, que garantem que tal não foi negociado na definição do calendário venatório para os próximos três anos.
«Abrir caça ao melro não faz sentido, nem do ponto de vista da caça, nem do ponto de vista gastronómico. Nenhum caçador se sentirá bem ao abater este ‘pássaro de jardim’», defende Helder Ramos, da Federação Portuguesa de Caçadores (APC), acusando a Autoridade Florestal Nacional (AFN), que elabora o calendário e define as espécies que podem ser abatidas, de ter agido à revelia das negociações com as associações: «Esta inclusão nunca foi colocada em cima da mesa».

Por outro lado, o dirigente avisa que está em causa uma caça perigosa, pois «o melro tem um voo baixo, ao nível do tórax do caçador, e costuma andar em zonas arborizadas, o que leva a um aumento de tiros com poucas condições de segurança».

Os ambientalistas, por seu lado, acreditam que a inclusão do melro como espécie cinegética (definida numa portaria publicada a 7 de Abril) só pode ser engano. «Não faz qualquer sentido, do ponto de vista técnico, considerar o melro uma espécie cinegética. Só admitimos que seja um erro, uma gralha», reage Samuel Infante, da Quercus, esperando que o assunto seja «rapidamente resolvido».

A opinião é partilhada por Carlos Cruz, da Liga de Protecção da Natureza, (LPN). «Só pode ser incompetência grave de alguém», considera o ornitólogo, e questiona: «Como é que alguém vai disparar contra um melro? A seguir serão os pardais?»

Mas, para Jacinto Amaro, presidente da Fencaça, há uma explicação: a tutela quer usar os caçadores para acabar com a praga de melros que existe no país desde 1986, e que, entre muitos outros problemas, destrói produções frutícolas: «Isto é a AFN a tentar livrar-se de um problema – o de ter de passar milhares de autorizações especiais aos agricultores para que possam espantar os melros das suas produções».

Esta ideia é, no entanto, liminarmente rejeitada pelos especialistas que lembram não existir dados conclusivos sobre a quantidades de melros em território nacional.

«Em primeiro lugar, não é aos caçadores que cabe o controlo sanitário; em segundo, os melros são uma espécie comum, sim, estão bem distribuídos por todo o território, mas nenhum dado científico aponta para o seu aumento ou diminuição», responde Helder Costa, autor do único estudo sobre este pássaro feito nos últimos anos em Portugal (publicado no Atlas das Aves, de 2008, pelo Instituto de Conservação da Natureza).

O ornitólogo e antigo presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) sublinha que «apenas daqui a alguns anos serão conhecidos quais dados estatísticos relativos aos melros», uma vez que o comportamento destes pássaros está agora a ser estudado por aquela entidade. Por isso, também critica a inclusão do melro no calendário, considerando a decisão «estranhíssima». «Os fundamentos técnicos, a existir, estão no segredo dos deuses», conclui. A medida começa a ser aplicada já na próxima época de caça, no caso dos melros, de Novembro a Fevereiro.

domingo, 7 de agosto de 2011

o Centeio

O Centeio

Os primeiros preparativos para a sementeira do centeio são o estrumar e arar as terras. Têm lugar no Outono e consiste no lançar à terra as sementes que hão-de germinar.
A água das chuvas faz nascer e crescer as searas. Quando chega o frio e a neve do Inverno, este, já deve estar nascido.
O centeio está nove meses na terra. No Verão tem lugar a ceifa e a malha, donde se extrai o grão. A palha que é comprimida em fardos é aproveitada para a alimentação dos animais

Utilizou-se tradicionalmente o arado para rasgar a terra, a foice para a colheita e o mangual para a malha. Agora usa-se o tractor para semear, a malhadeira para extrair o cereal e a enfardadeira para fazer os fardos de palha. Estas alfaias agrícolas são, hoje, mecanizadas.

O Centeio alimenta os humanos desde há milhares de anos, mas foram os romanos que iniciaram o seu cultivo. Há indícios de que se desenvolveu a partir de um grão selvagem do Nordeste da Europa. Justificando a sua origem, é um cereal resistente que sobrevive em climas duros e terras desfavoráveis.


Canção Tradicional: Ó Rosinha, Ó Rosinha do meio

1. Ó Rosinha, ó Rosinha do meio,
vem comigo malhar o centeio,
o centeio, o centeio, a cevada,»
ó Rosinha minha namorada.»(bis)

2. Ó Rosinha, toma o teu cuidado,
o centeio quer ser bem malhado,
o centeio, o centeio, a cevada...

3. Ó Rosinha, varre bem a eira
que o centeio não quer poeira,
o centeio, o centeio, a cevada...












sábado, 6 de agosto de 2011