segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Recordar é Viver

Recordar a gente boa que fez parte da história da nossa Aldeia

A nossa vida é tão curta que a única coisa que vale a pena é a amizade, o reconhecimento, a solidariedade. Como dizia F. Pessoa, o Homem não passa de um simples “cadáver adiado que procria…”.
Recordar as pessoas que já faleceram é, quanto a mim, um dever moral de quem ainda cá anda.

As pessoas da nossa aldeia que já faleceram foram sendo esquecidas. E revivem apenas quando se fala nelas.

Mas que melhor forma de reviverem senão esta de as perpetuar pela sua imagem ou escrita? Se não fosse esta forma de sobreviver chamada imagem ou escrita, alguém sabia o que sabe de tantas pessoas da nossa história?

Camões ainda não “faleceu” porquê? Porque se escreveu sobre ele. E se guardaram os escritos.

Está na hora de dar (vida) a estas gentes que fizeram parte da história desta nossa aldeia. Biografar os nossos antepassados. Deixar-lhes o retrato vivo daquilo que foram.

E por que razão é que eu assim penso?

Porque não vejo outra forma de “prolongarmos” a vida, que, insisto, é curta demais, mesmo que se vá até aos cem anos. Quanto mais, quando a morte nos leva no cume das nossas potencialidades…

Continuo a solicitar a quem estiver interessado em publicar textos, fotos, objectos relacionados com a nossa Aldeia ou de interesse geral, que podem fazê-lo livremente enviando-os para o meu endereço de correio electrónico: mailto:trajinha@gmail.com

- Esta minha foto é uma das muitas recordações da minha juventude.
Da direita para a esquerda está o Ti Manuel Manso (falecido), Fernando (Aldeia Rica), Vítor (eu) e o Jorge (Velosa), e ainda falta o fotografo que foi o Quim da (Alice). Esta foto representa um belo Domingo de pesca no Rio Mondego, (Junto da Ponte de Ladrão. Era com muita frequência que nos juntava – monos aos Domingos para as nossas pescarias, mas ao final do dia o que levava-mos para casa era uma borracheira.
Pois pesca de sem um farnel e um bom garrafão de vinho, já não era pesca.
As nossas deslocações eram feitas de motorizadas, ora por alcatrão ora por caminhos velhos ou atalhos. Ao olhar para esta foto traz-me muitas boas recordações de esses tempos, e de um Grande Homem e Amigo que já não se encontra entre nós que era o Ti Manuel Manso. Homem este que também fez parte da minha juventude, e que nos acompanhou nos bons e maus momentos.

- Na foto acima estão os meus avós maternos (já falecidos) José Cláudio e Francisca Clara, no dia do casamento dos meus Pais. Foi com estes meus avós que eu e os meus irmãos vivemos os primeiros anos de vida, já que éramos os únicos netos que eles tinham. A eles agradeço, em parte, aquilo que eu hoje sou. Que Deus os tenha em descanso.


- Nesta fotografia pode-se visualizar vários habitantes da aldeia (sendo que a maioria já não se encontram ente nós), num dia de labuta designada de arranca das batatas, na regada do meu avó Zé da Granja, já à uns bons anos. Naquele tempo como ainda acontece hoje em dia com alguma frequência, ajuntavam-se varias pessoas da família e amigos para os trabalhos mais difíceis e pesados como na arranca das batatas, na ceifa, na malha, na vindima etc. era um trabalho de entre ajuda entre a população.

Na foto estão as seguintes pessoas: o mais pequeno sou eu (Vítor), a seguir está o meu pai (António mais conhecido por Toninho), de seguida esta o Ti Zé Loureiro, o meu avo (falecido) Zé Cláudio, de seguida estão também (os falecidos) Ti Eduardo, Ti Luís Nunes e Ti Messias, ao fundo junto ás videiras estão os meus avós Zé da Granja e Maria de Lurdes.

- Nas fotografias abaixo colocadas podemos visualizar e recordar a Ti Conceição, esposa do também falecido Ti Francisco Alberto. Estas 2 fotografias foram gentilmente cedidas pela neta Elisabete Martins, onde também ela está numas das fotos com a avó Conceição.

Pois eu ainda me recordo bem deste casal (Conceição e Francisco), ainda me lembro quando íamos à loja da Ti Conceição beber umas gasosas ou laranjadas. Na loja (adega) ela vendia algumas bebidas e fazia também revenda de pão.


7 comentários:

  1. Gostei muito de ver a foto do meu avó Manuel!!!!É o mais pequenino mas o mais arisco...

    ResponderEliminar
  2. Parabéns Vitor pela ideia e tb pelo texto.Para quem como nós, passava as férias na Trajinha,de certeza q se lembra de alguns rostos sem conseguir atribuír-lhes um nome ou vice-versa. Rever, ainda q por foto,nos recordará não só das pessoas mas tb de situações vividas. O ti Manel Manso, lembro-me bem, faz parte da familia, pois é avô da Beta, levamos mtos ralhetes dele e depois vinha a D.Miquelina (perdoem-me se n for este o nome) e dava-nos mimos.
    Bem Haja

    ResponderEliminar
  3. Obrigado. lindas fotos... Existem momentos na vida em q so as recordaccoes nos permitem viver, reviver... Um passado distante do qual ficam os rastos, basta segui-los... De encontro aquela terrinha pequenina com um coracao tao grande...
    Lagrimas, saudades e alegrias redondam este perfil, de encontro as lembrancas tudo parece tao vivo como se nunca tivesse acontecido... O final... o destino...
    Beijinhos
    Ana Paula Pena Santos

    ResponderEliminar
  4. A nossa querida avó!Uma mulher de fibra.Dinâmica, trabalhadora e lutadora, nem as duas tromboses a fizeram parar.Doce,meiga,amiga...
    Nós os netos,fomos uns previligiados,fazíamos disparates atrás de disparates e fugiamos para ao pé da avó,quem viesse podia ralhar,mas não podia fazer mais nada,porque ela não deixava.Fomos mto mimados por ela.Lembro-me bem de duas expressões q costumava usar:"ó alma de 40 demónios" e "Bem haja".
    Obrigada
    Stela pena

    ResponderEliminar
  5. A nossa avó era maravilhosa!Não há palavras que a descrevam!Para quem a conheceu sabe o mérito que tem. Merece cada lágima de saudade que derramamos quando a recordamos.

    ResponderEliminar
  6. AVO... de tantos netinhos como tu nos chamavas, a super avozinha sempre la, com aquele sorriso, alegria, vivendo intensa e incansavelmente esse papel tao especial...
    Mulher pequena, mas tinhas um temperamento... E eu q o diga, devo ter sido a q mais disparates fez...
    Ah avo, como tenho saudades tuas e tu sabes, como antes de partires, tantos momentos de cumplicidade partilhamos... tendo levado contigo os meus desabafos, os nossos segredos como lhes chamavas...
    Obrigada a todos os q partilham e contribuem para q possamos ter o prazer de nossa familia rever e estes momentos poder viver.
    A nossa querida avozinha que jamais por nos sera esquecida...

    Recordo-te com saudade travando uma luta entre o sorriso e a lagrima teimosa q teima em vencer...
    alguem muito parecido tive um dia a oportunidade de conhecer...
    e entre a simplicidade da vida e da sua maneira de viver..
    me/nos deu tento para aprender...

    Bem haja...
    Ana Paula Pena Santos

    ResponderEliminar